Espiritual Archaeology

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O Conde de Whatahell

Era uma vez. Num tempo distante, num passado próximo. Existia um nobre, seu cavalo e um bando de idiotas que pensavam saber tudo. A região se chamava Whatahell. O Conde, um homem muito burro, não tinha noção do perigo. Nem da realidade. Nem do mundo virtual.

O mundo era considerado plano, apesar de que, no fundo todo mundo desconfiava da forma de cú, um anus aristotélico, cartesiano. O conde, um rapaz de meia idade, estúpido e ignorante resolveu fundar sua própria cidade Whatahell. Vender seus produtos e quem sabe dormir de graça na zona de Whatahell.



O clero da região era formado basicamente por pessoas sem noção. Não sabiam que horas abria a padaria nem quando passava o carteiro. Fora isso o bispado era por demais divertido, eram os únicos que detinham o poder de ler a revista das brasileirinhas sem ficarem ruborizados. Ou metodologicamente embaraçados.

Na cidade vizinha Whatafuck, fundada pelos fuckers no século IV, todos conheciam o Conde de Whatahell. Que para os fuckers era o portador de segredos maravilhosos, de possuir a fórmula da felicidade e da juventude, ladrão e detentor de um conhecimento a muito tempo perdido.



Bom, o tempo passou e o Conde de Whatahell foi envelhecendo. Conheceu o capeta com a putaria generalizada que reinava naqueles seus espaços sagrados. Afinal de contas a carne é sempre mais barata no porto. Com isso, inseguro e mal logrado tentou a sorte como viajante e herói substituto. Não deu certo. Na melhor das hipóteses o Conde de Whatahell estava servindo como bode expiatório para uma crise generalizada de paradigmas. Todos temiam Feyerabend, Kuhn e Popper. A revolução epistemológica era notícia nos jornais. Todos estavam amedrontados.


Foto original do Conde de Whatahell com um amigo Fucker.

Os índios de Whatahell condenavam o Conde por ser positivista, processualista e eventualmente paranóico. Ele adora os índios, mas infelizmente não tinha como mudar a perspectiva. Precisava estudá-los. Pois bem, o tempo foi passando. Os demônios se chegando.

Até que um dia descobriu que o universo era feito da casca de suas batatas. Tubérculos nietzschenianos plantados no quintal. A cosmologia não era coerente, mas batatóica e pré-socrática, quase dionisíaca. A História não batia. Não fazia sentido. O Conde, cada vez mais feliz com a situação heurística, comprou uma carruagem hermenêutica estruturalista (para viajar pela Maionese [conhecida região catalã]). Aquela carroça FDP não pegava nunca.

Daí um dia decidiu ir pescar, dormir e relaxar. Foi comido por piranhas no bar da esquina. Desconexo. Impetuoso. Outra vez tentou subir na escolástica, não deu certo. Caiu no primeiro buraco negro do asfalto. Continuou tentando.

O Conde de Whatahell era assim: uma pessoa difícil. Nunca desistia, teimoso, cabeça dura e sempre comprometido. É difícil vencer quem nunca desiste, não é? Enfim, como possuía um título nobiliárquico, pensou que podia tudo: só se ferrou.
Logo percebeu que seus objetivos não tinham desaparecido, estavam lá, no mesmo lugar. Seguiu em frente. Sem olhar para traz. Não queria saber da vida dos outros. Só os fatos interessavam, além, é claro, do Sexyhot Daí pensou, o que me faria realmente feliz?


Passou anos como um existencialista. Apesar de realmente se ver como um pós-processualista frustrado. Com o tempo percebeu que muitas das idéias que tinha quando jovem não faziam mais sentido. Estava numa encruzilhada teleológica, tal qual sua ignorância. Não combatia com armas, mas com motivação e conhecimento. Tentou milhares de vezes e nem chegava perto, não conseguia... Daí um dia, algum morador de Whatafuck disse: Get a life! Encontre alguém, case e tenha filhos, assim tu enche o saco dessa vida e some.

Progresso. Isso lhe faz feliz. Mesmo assim não conseguia vender um palito de fósforo. Passou a estudar para ser Marques! Continuou seguindo em frente, não conseguiu. Mesmo assim, não desistiu. O Conde de Whatahell pensou que fosse um complô ou perseguição, mas na verdade era apenas medo e insegurança.

Após longos anos de estudo científico, decidiu consertar a descarga do seu banheiro. FOI APROVADO! Tudo deu certo. Se encontrou na vida. Era humano, demasiado humano, apesar de seu eterno retorno como bobo da corte. Como conseguia? Não desistia. Daí um dia encontrou uma pessoa. Que o fez feliz. Obteve sucesso em tudo. Dançou a noite toda e, cansado, deitou para dormir. Nunca mais acordou.

Um comentário:

  1. Pobre conde ! Ou seria uma " história " de pescador ?
    Tem humor ! É o que basta !
    Gostei !!

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