Espiritual Archaeology

Wellcome my dear friends!
Enjoy the archaeological thinking exercise... I'm glad to see you all here, if you like, please follow.






segunda-feira, 14 de março de 2011

Slow Living em Brisbane





Um amigo muito íntimo meu esteve em Brisbane. Essa cidade é a capital do Estado de Queensland, na Austrália. Ele esteve lá para visitar sítios arqueológicos e buscar idéias para sua pós-graduação. Visitou sítios arqueológicos lindíssimos. Entre eles arte rupestre, aquelas mãos aspergidas na parede. Esteve no oeste do país. Numa área que é elevada pela cordilheira australiana.

Os sítios arqueológicos, eu ví as fotos, são maravilhosos. Aqui no Brasil, porém, temos coisa melhor. Bom, apesar de tudo, o que mais chamou a atenção desse meu amigo não foram os sítios arqueólogos nem tanto os arqueólogos(as) e suas várias ramificações institucionais. Nem as praias, nem os eucalíptus, nem cangurus. O que lhe chamou verdadeiramente a atenção foi o estilo de vida slow living.

O conceito de slow living é pouco conhecido aqui no Brasil. Quando me contava a respeito, meu amigo se emocionava. Impressionava a quanto esta idéia havia mudado a sua vida. Ele andava motivado. Eu mesmo já havia lhe ajudado com algumas consultorias. Escavamos juntos. De fato, ele veio mudado desta viagem à Austrália.

O estranho é que eu também apaixonei pelo conceito. Ele me contava que lá a pressa não é bem vista. Inclusive e principalmente na Arqueologia. Esse já foi tema de outro post nosso. Anyway, ele dizia que andar de carro, bicicleta e até a pé era tarefa para pessoas pacientes. Estamos falando do interior do território de Brisbane, tá... não confunda com a cidade grande, lá é tudo corrido mesmo.



Bom, as pessoas de Brisbane esperavam a hora certa; a oportunidade única para não fazer nada; e o melhor: saborear o momento de não fazer nada. O prazer com que aquelas pessoas falavam... ou simplesmente se orgulhavam por não estarem fazendo nada. Incrível. Sedutor. Então, o melhor estava por vir. Um colega, pós-graduado em Arqueologia, ao conversar com este amigo foi questionado sobre o que faria a seguir. Ou seja, qual era a perspectiva dele para o futuro.

A resposta foi surpreendente. "Não tenho a mínima idéia". Ao ser questionado o que almejava no futuro, a resposta: "Não sei, só quero esperar pra ver no que dá" Ele disse naquele sotaque "aussie" que só os moradores do sul de Queensland sabem pronuciar.

No restaurante esperaram meia hora pelo garçom; mais meia hora para vir o prato e mais duas horas entre comer, sobremesa e aquela conversa pós-refeição. Foram o total de três horas gastas na melhor coisa que existia então... uma vida lenta e saborosa. Onde cada momento é sentido como algo realmente relevante.




As vezes é até engraçado. Meu amigo, ao entrar num abrigo rochoso, segurou um fragmento de lasca. Quando ele levantou aquele artefato do chão, os pesquisadores o titaram com olhares até então desconhecidos. Pararam tudo, ficaram alí, olhando... saboreando o momento da espera pela fala do meu amigo. Depois de sua fala ainda ficaram ali, olhando e pensando nas trilhares de possibilidades.

Um grande abraço e bom Slow Living para todos!!!