Em primeiro lugar, nada é estático. A linguagem popular, as identidades culturais e as formas de saber-fazer local são os principais atributos interpretativos. Mas é aí que a coisa fica interessante. As pessoas e as coisas estão interligadas. Fazem parte do mesmo conjunto, ajudam a construir esquemas interpretativos... sim, pessoas comuns, sem escolaridade, sem grau de instrução, apenas formadas na escola da vida ou ainda alunas.
É mudança de patamar. Conscientização é o principal objetivo do trabalho, alcançar todas as classes. Nossa linguagem é comum, simples, cotidiana. Não, não estamos interessados em radiocarbono, não estamos interessados em testes físicos mirabolantes, nem em artigos fascinantes em revistas extrangeiras! Queremos a popularização da Arqueologia! Seria a realização de um sonho, ver a Arqueologia na mentalidade cotidiana das pessoas mais isoladas, mais distantes, no interior do Brasil e além. E como eu faço isso? Deixo que pensem, deixo que procurem, deixo que criem suas próprias interpretações. É fantástico o que surge!
Expressões de fascínio e prazer ao perceberem que também poder fazer Arqueologia, que também podem arriscar, que possuem uma chance de fazer História. Ainda mais por serem protetoras e guardarem, na maioria das vezes, sítios arqueológicos espetaculares no pátio de suas próprias casas. Pra sentir o prazer de estar formando um exército de criadores de novas idéias, de novas teorias, de novas hipóteses!
Essa é a lógica central, mas existem outros motivos desta minha exposição. Um deles é mostrar que o networking dá resultados. A divulgação e a popularização de dados arqueológicos acabou se tornando um rígido TABU. Por conta disto fiz o momento contrário. Popularizar de baixo pra cima. Sim, já me disseram que é bobagem, sim, já criticaram. Sabem o que eu disse? Bom, alguém precisa fazer o trabalho, alguém precisar ir lá e informar, divulgar, abrir a caixa do conhecimento! Além do mais, o patrimônio é público. Alguém precisa popularizar os termos e conceitos, entregar à comunidade o que é dela por direito. Sair dos muros da universidade.
Para saber como pratico esta atividade, apesar de ter apenas 2 anos e ser bem pequena comparada a outras formas de popularização do conhecimento, basta observar no youtube.com/marlonpestana1 ou então seguir no twitter.com/marlonbp
Muy cierto lo que dices, coincido contigo. La arqueología se ha enfocado a buscar respuesta para los mismos invesitagadores y la pubicación de los resultados se dan en artículos o congresos especializados. De que nos sirve acaparar el conicimiento? Si la labor que hacemos es social y para que el pueblo valore y ame su patrimonio, primero debe conocerlo.
ResponderExcluirAbraçcos desde México!
Oi Cris,
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário. Aqui no Brasil, ainda estamos lutando pela popularização do conhecimento arqueológico, essa é a grande realidade. O México é Lindo.
Abraços minha amiga!
O problema é que apesar da exigência de Educação Patrimonial em todo projeto de pesquisa e das discussões geradas pela Arqueologia Pública, a divulgação e propagação do conhecimento arqueológico fora do meio acadêmico ainda é fracamente desenvolvida.
ResponderExcluirMuito projeto de Educação Patrimonial tem um começo bem legal: palestras em comunidades e escolas, visitas guiadas aos sítios, às vezes até envolvimento das comunidades nas atividades de escavação. Mas aí, o projeto acaba e todo material resgatado é levado para longe, e depois de terminada a etapa de laboratório, vai direto para uma caixa e um depósito. E aqueles detentores do patrimônio cultural nunca mais vêem tal patrimônio. Não há retorno, nem continuidade. De que adianta? Infelizmente isso é muito comum. São muito poucos os projetos que retornam à comunidade na forma de publicações, exposições, etc..
Na televisão, vemos arqueologia apenas em canais pagos. National Geographic e Discovery Channel. Mas praticamente nada de arqueologia brasileira. O distanciamento do público só colabora na manutenção dessa impressão de exotismo, e acaba mantendo essa imagem deturpada do arqueólogo Indiana Jones (personagem muito divertido, é verdade, mas looonge da rotina diária de qualquer arqueólogo).
E são poucos ainda os arqueólogos que reconheceram a internet como um meio eficiente de divulgar o conhecimento arqueológico.
Mérito seu, sem dúvida.
Ah, temos conhecidos em comum...
Trabalhei com a Kelly Oliveira por uma temporada no Ceará, e outra em São Miguel das Missões... Vi ela em uma de suas fotos.